segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

De médicos


Tenho diversos parentes e amigos médicos aos quais quero um bem louco então eles que me desculpem  a franqueza mas aí vai:  As vezes acho que na faculdade de medicina mais do que ensinarem ciências médicas e ética  os professores devem incutir na cabeça de cada aluno que ao se formarem eles terão um status diferenciado, que,pelo fato de lidarem com a vida, a morte, a fragilidade e os medos dos seus pacientes eles  terão então o direito a tratar sem qualquer cerimônia, ( pelo prenome e por você) os pacientes mesmo os mais velhos do que eles . Acho que esqueceram de dizer a eles que,das duas uma, ou eles dão o direito aos seus pacientes de tratá-los por você e por Roberto , em vez de Dr. Roberto,por exemplo, ou eles se acham tão superiores a todos que acreditam poder se dar o luxo de agir assim e nem se tocam que isso é falta de educação. Isso sempre me intrigou desde mais moço mas depois dos cinquenta resolvi “fechar  algumas Gestalts” e dar “recíproca” a eles. Lembro-me de um cardiologista cerca de 10 anos mais moço do que eu,que no primeiro contato comigo foi logo me dizendo,” então Eudes, o que o trouxe aqui ?”, bom eu não perdi tempo e respondi: Ah, que bom que podemos nos tratar sem formalidades Silvano.E fui logo explicando o motivo da minha consulta e também percebendo uma certa aparência de desconforto da parte dele. Curiosamente, no final do contato, o dito médico assim se despediu de mim : Senhor Eudes,foi um prazer. Depois de fazer esses exames que eu requisitei o senhor marca o retorno com a minha secretária,OK ? Até logo então ! Faço aqui a ressalva de que  há algumas raras e honrosas exceções .Parece uma implicância minha mas experimentem fazer o que eu fiz e percebam vocês mesmos,caros leitores, o ar de constrangimento, de desconforto da parte deles quando nós pacientes os tratamos de igual para igual, estranho não ?