Tenho diversos parentes e amigos
médicos aos quais quero um bem louco então eles que me desculpem a franqueza mas aí vai: As vezes acho que na faculdade de medicina
mais do que ensinarem ciências médicas e ética
os professores devem incutir na cabeça de cada aluno que ao se formarem
eles terão um status diferenciado, que,pelo fato de lidarem com a vida, a morte,
a fragilidade e os medos dos seus pacientes eles terão então o direito a tratar sem qualquer cerimônia,
( pelo prenome e por você) os pacientes mesmo os mais velhos
do que eles . Acho que esqueceram de dizer a eles que,das duas uma, ou eles dão
o direito aos seus pacientes de tratá-los por você e por Roberto , em vez de Dr. Roberto,por exemplo, ou eles se acham tão
superiores a todos que acreditam poder se dar o luxo de agir assim e nem se
tocam que isso é falta de educação. Isso sempre me intrigou desde mais moço mas
depois dos cinquenta resolvi “fechar algumas
Gestalts” e dar “recíproca” a eles. Lembro-me de um cardiologista cerca de 10
anos mais moço do que eu,que no primeiro contato comigo foi logo me dizendo,”
então Eudes, o que o trouxe aqui ?”, bom eu não perdi tempo e respondi: Ah, que
bom que podemos nos tratar sem formalidades Silvano.E fui logo explicando o
motivo da minha consulta e também percebendo uma certa aparência de desconforto
da parte dele. Curiosamente, no final do contato, o dito médico assim se
despediu de mim : Senhor Eudes,foi
um prazer. Depois de fazer esses exames que eu requisitei o senhor marca o retorno com a minha secretária,OK ? Até logo então
! Faço aqui a ressalva de que há algumas
raras e honrosas exceções .Parece uma implicância minha mas experimentem fazer
o que eu fiz e percebam vocês mesmos,caros leitores, o ar de constrangimento,
de desconforto da parte deles quando nós pacientes os tratamos de igual para igual,
estranho não ?
Boca no Trombone
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Empregados domésticos: até quando ?
A lei que obriga os patrões a
assinarem a Carteira de Trabalho de seus empregados domésticos fez 40 anos em
novembro próximo passado.Sem dúvida uma enorme conquista para essa categoria
,muito justa por sinal . Desde a sua promulgação até hoje muitos direitos e
vantagens foram outorgados a esse segmento. Agora, já se cogita em acrescentar
o direito ao Fundo de Garantia (FGTS). Também as diaristas, ou faxineiras como
alguns chamam, passaram a ter direitos trabalhistas, começaram com o direito a
Carteira assinada se trabalharem três vezes por semana na mesma casa e, mais recentemente, numa PEC já aprovada no
Senado e em vias de ser votada na Câmara Federal, deverão conquistar mais alguns direitos. Até aí,vendo pelo ponto de
vista humanitário, achamos justo e de direito, cada uma dessas conquistas mas,
por outro lado, fazemos a seguinte reflexão: As empregadas domésticas em
geral ,aí incluídas as diaristas, são possivelmente as únicas “profissionais” que começam a trabalhar em nossas casas sem
qualquer perfil profissional. A grande maioria não fez curso algum de arte
culinária, de arrumadeira ou passadeira ou o que seja ,no SENAC ou qualquer
escola que o valha, mas a lei não permite que paguemos menos aquela que mal
sabe fazer um feijão com arroz embora contratada como cozinheira. O “período de
experiência” nos obriga a pagar o salário integral para a contratada que muitas
vezes nem sabe cozinhar o dito “trivial”.Acho
injusto que as empregadas já
experientes, que sabem lavar,passar e/ou cozinhar ou arrumar uma casa com
esmero, ganhem a mesma coisa que essas novatas sem habilidade e, até agora, ainda vemos algumas mais
experimentadas receberem um salário diferenciado mas com o decorrer do tempo e
por conta dessa série de direitos que essas domésticas têm conseguido,em
virtude do valor do Salário Mínimo acrescido de todos os direitos inerentes à
classe, vemos com preocupação que essa categoria está fadada a desaparecer. Em
breve a classe média não vai poder mais contratá-las porque o orçamento familiar ficará muito
apertado e os ricos vão reduzir o número
delas em suas residências porque a folha de pagamento poderá ficar igualmente
mais onerosa. Acredito firmemente que o governo, já percebendo essa
tendência,bem que poderia orientar a população das classes menos abastadas a diversificar sua linha profissional, fazer
cursos em outros segmentos e inclusive estimular a
melhorarem a escolaridade ou ainda sugerir aos que têm alguma vocação e um
pequeno capital a abrirem um pequeno negócio, seja no comércio ou na prestação de serviços. Mudar o foco em quanto é tempo pode ser a
melhor maneira de sobreviver nesse mundo cada
vez mais competitivo.
domingo, 16 de dezembro de 2012
De Trânsito III
Saímos do século XX entramos no
XXI ,já faz mais de uma década , a população de João Pessoa cresceu bastante, o
número de automóveis é enorme em relação à população e ao tamanho da cidade mas
o DETRAN ou a SEMOB(a quem de direito) nada fez, até o presente, para coibir a
circulação de carroças pela área urbana de nossa Capital. Em Recife já não se
vê mais, em Natal também não mas aqui persiste o uso desse precário meio de
transporte que, segundo o Código de Trânsito, chama-se veículo de tração animal e que segundo esse mesmo manual de
trânsito deveria ter placa e obedecer a sinalização de trânsito igualmente aos
demais veículos, isso pode até ter funcionado até por volta dos anos 1960 mas
desde a década de ’70, quando já era adolescente e prestava atenção nessa
coisas, jamais vi uma carroça nem ter emplacamento nem obedecer a sinalização
que é imposta a nós mortais motoristas. Resultado- quando surge uma carroça
numa artéria de maior movimento, logo o trânsito fica congestionado. Note-se
ainda que muitas vezes são crianças de 10 a 14 anos que conduzem a dita carroça
e , além de muitas vezes trafegarem pela contra mão ainda o fazem em velocidade
perigosa e quando nos queixamos à polícia eles dizem que não é da alçada deles
e quando reclamamos ao DETRAN ou assemelhado eles dizem que nada podem fazer
porque não tem placa e que esse povo não tem nada a perder. Daí eu pergunto: e
nós motoristas, não temos nada a perder se acontecer uma colisão provocada por
esse veículo, digamos “campestre” ? Já
pensaram que a carroça é puxada por um cavalo ou por um jerico e que em caso de
acidente o pobre animal pode também se ferir e até morrer ?A nossa segurança está mais uma vez
comprometida ! Com a palavra as autoridades competentes.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Erro Primário
A imprensa (escrita,falada e televisiva) no Brasil, quando a pessoa tem dois prenomes só menciona os prenomes e esquece o sobrenome como se o segundo prenome valesse pelo prenome, Ex: Luiz Antonio de Moura, raramente é mencionado com o sobrenome, o mais comum é ser citado como Luiz Antonio. Ora, o que distingue as pessoas é o seu sobrenome ou nome de família, quem só tem prenome é bicho. Fernando Henrique Cardoso, quando era presidente do Brasil ou era citado como FHC ou Fernando Henrique. Um amigo meu quase não identificou tratar-se do nosso então presidente quando certa vez ouviu na TV francesa a notícia de que o nosso presidente faria uma visita oficial à França porque foi citado como Senhor (monsieur)Cardoso. Até os Colunistas sociais que,vez por outra mencionam que fulano é de tal ou qual família tradicional,etc., têm incorrido nesse erro, às vezes acho que como eles conhecem aquelas pessoas que saem na fotos de suas colunas supõem então que todos devem conhecer também os sobrenomes. Esquecem que quem escreve para jornal ou revista está fazendo história e que aquela matéria poderá fazer parte de uma pesquisa 20 ,30 ou 60 depois e aí, como então serão identificadas as pessoas mencionadas apenas pelos respectivos prenomes ?
terça-feira, 27 de novembro de 2012
A LESTE DO NORTE - texto sobre a exposição
Em 2004 iniciei o projeto Veredas urbanas que busca traçar um perfil singular do Brasil das grandes cidades, a partir de suas capitais. Ao longo do caminho realizei alguns recortes do material recolhido que resultaram em exposições como Centelhas da Urbe que fazia um contraponto entre imagens do Recife e João Pessoa, Estação Lapa abordando um espaço importante de circulação no centro de Salvador e Trilhas Norte que apresentou imagens das capitais da região Amazônica.
A mostra A leste do Norte está centrada nas capitais nordestinas e assim como as demais exposições, é composta de imagens fragmentárias e aleatórios dessas cidades.
O espaço urbano se revela nessa exposição a exemplo das outras, a partir de detalhes e jamais de visões panorâmicas. Em quase todas as fotos se repete uma constante que está presente em todo o projeto: a imagem humana é demarcada pela sua ausência. Ela existe tão somente a partir de seu rastro e é isso que a faz existente. Os objetos não valem por si mesmos, nem servem como indicio da dissolução da imagem humana. Ao contrário: essa ausência é como um silêncio à espera da presença que se foi e que promete retorno. É como se na inexistência da imagem humana, pudéssemos nos desvencilhar da banalização que a mídia faz dela ao tentar dissolve-la, para podermos, assim, reencontrá-la novamente, como num momento epifânico. Não importa se algumas vezes os rastros que captamos revelam a degradação do entorno, já que a expectativa do novo manifestar tem poder de dissolver qualquer resíduo dissonante.
A fotografia contemporânea tende a navegar hoje numa falsa polaridade entre a pura descrição impessoal da realidade, como na Escola de Dusseldolf e a manipulação da imagem, seja enquanto interferência de elementos alheios à ela, seja forjando uma imagem teatral, deliberadamente montada.Acrescente-se a isso , a permanência de uma fotografia documental voltada ao cotidiano onde a degradação da imagem do homem é apresentada como uma fatalidade inexorável e o projeto desse, um fracasso sem redenção.
Minha fotografia se recusa a ser documento descritivo ou imagem manipulada. Em sentido inverso, ela busca ser abertura à manifestação do real que se faz para além do fenômeno, como metáfora e a partir da qual o mundo se constitui diálogo entre o fotografo, a realidade e o espectador. Por isso ela também não se confunde com um simples trabalho conceitual, em que os elementos dados visualmente são apenas um jogo cerebral fechado no âmbito do sujeito, como exercício lúdico.
A mostra atual, com imagens das capitais do Nordeste do Brasil, se apresenta a partir de fluxos luminosos contrastantes que oscilam entre a permanência e a passagem, a abertura e o interdito, o estático e o dinâmico, a advertência e o silêncio. Ela se move entre a surpresa do inesperado e a familiaridade do cotidiano. Uma das duas imagem humana que aparecem na exposição de uma festa em João Pessoa, gira na escuridão fazendo contraponto com outra em que a luz que irrompe num cruzamento de linhas na Estação Lapa de Salvador, projeta a segunda imagem humana para fora da encruzilhada. Na placa branca de um posto de gasolina em João Pessoa, quase esmaecida, a palavra Ar anuncia que ali há um posto onde as rodas de um carro poderão seguir, com maior firmeza, seu rumo.
Gabriel Bechara Filho
ARTE NO SESC-Cabo Branco
O multimídia artista visual Wilson Figueiredo inaugura, em meio a um coquetel no SESC-Cabo Branco, sua mais nova exposição individual no dia 07 de dezembro do corrente. A mostra fica em cartaz até o dia 31 e promete ser muito concorrida. São 12 obras em técnica mista(arame e acrílica sobre eucatex).
O catálogo tem texto assinado pelo crítico Eudes Rocha.
FOTOGRAFIA NA PINACOTECA
Dezembro já começa com uma expressiva exposição de fotografia A Leste do Norte. O autor é o professor e historiador de artes Gabriel Bechara Fº que de vez em quando nos presenteia com obras de sua lavra, geralmente explorando aspectos e cenas urbanas. Em cartaz na Pinacoteca da UFPB (Campus I) de 04 de dezembro de 2012 à 08 de fevereiro de 2013.
Vamos conferir!
Vamos conferir!
Assinar:
Postagens (Atom)