segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

De médicos


Tenho diversos parentes e amigos médicos aos quais quero um bem louco então eles que me desculpem  a franqueza mas aí vai:  As vezes acho que na faculdade de medicina mais do que ensinarem ciências médicas e ética  os professores devem incutir na cabeça de cada aluno que ao se formarem eles terão um status diferenciado, que,pelo fato de lidarem com a vida, a morte, a fragilidade e os medos dos seus pacientes eles  terão então o direito a tratar sem qualquer cerimônia, ( pelo prenome e por você) os pacientes mesmo os mais velhos do que eles . Acho que esqueceram de dizer a eles que,das duas uma, ou eles dão o direito aos seus pacientes de tratá-los por você e por Roberto , em vez de Dr. Roberto,por exemplo, ou eles se acham tão superiores a todos que acreditam poder se dar o luxo de agir assim e nem se tocam que isso é falta de educação. Isso sempre me intrigou desde mais moço mas depois dos cinquenta resolvi “fechar  algumas Gestalts” e dar “recíproca” a eles. Lembro-me de um cardiologista cerca de 10 anos mais moço do que eu,que no primeiro contato comigo foi logo me dizendo,” então Eudes, o que o trouxe aqui ?”, bom eu não perdi tempo e respondi: Ah, que bom que podemos nos tratar sem formalidades Silvano.E fui logo explicando o motivo da minha consulta e também percebendo uma certa aparência de desconforto da parte dele. Curiosamente, no final do contato, o dito médico assim se despediu de mim : Senhor Eudes,foi um prazer. Depois de fazer esses exames que eu requisitei o senhor marca o retorno com a minha secretária,OK ? Até logo então ! Faço aqui a ressalva de que  há algumas raras e honrosas exceções .Parece uma implicância minha mas experimentem fazer o que eu fiz e percebam vocês mesmos,caros leitores, o ar de constrangimento, de desconforto da parte deles quando nós pacientes os tratamos de igual para igual, estranho não ?

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Empregados domésticos: até quando ?


A lei que obriga os patrões a assinarem a Carteira de Trabalho de seus empregados domésticos fez 40 anos em novembro próximo passado.Sem dúvida uma enorme conquista para essa categoria ,muito justa por sinal . Desde a sua promulgação até hoje muitos direitos e vantagens foram outorgados a esse segmento. Agora, já se cogita em acrescentar o direito ao Fundo de Garantia (FGTS). Também as diaristas, ou faxineiras como alguns chamam, passaram a ter direitos trabalhistas, começaram com o direito a Carteira assinada se trabalharem três vezes por semana na mesma casa  e, mais recentemente, numa PEC já aprovada no Senado e em vias de ser votada na Câmara Federal, deverão conquistar mais  alguns direitos. Até aí,vendo pelo ponto de vista humanitário, achamos justo e de direito, cada uma dessas conquistas  mas,  por outro lado, fazemos a seguinte reflexão: As empregadas domésticas em geral ,aí incluídas as diaristas, são possivelmente  as únicas “profissionais” que  começam a trabalhar em nossas casas sem qualquer perfil profissional. A grande maioria não fez curso algum de arte culinária, de arrumadeira ou passadeira ou o que seja ,no SENAC ou qualquer escola que o valha, mas a lei não permite que paguemos menos aquela que mal sabe fazer um feijão com arroz embora contratada como cozinheira. O “período de experiência” nos obriga a pagar o salário integral para a contratada que muitas vezes nem sabe cozinhar o dito “trivial”.Acho  injusto que as empregadas  já experientes, que sabem lavar,passar e/ou cozinhar ou arrumar uma casa com esmero, ganhem a mesma coisa que essas novatas sem habilidade  e, até agora, ainda vemos algumas mais experimentadas receberem um salário diferenciado mas com o decorrer do tempo e por conta dessa série de direitos que essas domésticas têm conseguido,em virtude do valor do Salário Mínimo acrescido de todos os direitos inerentes à classe, vemos com preocupação que essa categoria está fadada a desaparecer. Em breve a classe média não vai poder mais contratá-las  porque o orçamento familiar ficará muito apertado  e os ricos vão reduzir o número delas em suas residências  porque  a folha de pagamento poderá ficar igualmente mais onerosa. Acredito firmemente que o governo, já percebendo essa tendência,bem que poderia orientar a população das classes  menos abastadas  a diversificar sua linha profissional, fazer cursos   em outros segmentos e inclusive estimular a melhorarem a escolaridade ou ainda sugerir aos que têm alguma vocação e um pequeno capital a abrirem um pequeno negócio, seja no comércio  ou na prestação de serviços.  Mudar o foco em quanto é tempo pode ser a melhor maneira de sobreviver nesse mundo cada  vez mais competitivo.



domingo, 16 de dezembro de 2012

De Trânsito III


Saímos do século XX entramos no XXI ,já faz mais de uma década , a população de João Pessoa cresceu bastante, o número de automóveis é enorme em relação à população e ao tamanho da cidade mas o DETRAN ou a SEMOB(a quem de direito) nada fez, até o presente, para coibir a circulação de carroças pela área urbana de nossa Capital. Em Recife já não se vê mais, em Natal também não mas aqui persiste o uso desse precário meio de transporte que, segundo o Código de Trânsito, chama-se veículo de tração animal e que segundo esse mesmo manual de trânsito deveria ter placa e obedecer a sinalização de trânsito igualmente aos demais veículos, isso pode até ter funcionado até por volta dos anos 1960 mas desde a década de ’70, quando já era adolescente e prestava atenção nessa coisas, jamais vi uma carroça nem ter emplacamento nem obedecer a sinalização que é imposta a nós mortais motoristas. Resultado- quando surge uma carroça numa artéria de maior movimento, logo o trânsito fica congestionado. Note-se ainda que muitas vezes são crianças de 10 a 14 anos que conduzem a dita carroça e , além de muitas vezes trafegarem pela contra mão ainda o fazem em velocidade perigosa e quando nos queixamos à polícia eles dizem que não é da alçada deles e quando reclamamos ao DETRAN ou assemelhado eles dizem que nada podem fazer porque não tem placa e que esse povo não tem nada a perder. Daí eu pergunto: e nós motoristas, não temos nada a perder se acontecer uma colisão provocada por esse veículo, digamos “campestre” ?  Já pensaram que a carroça é puxada por um cavalo ou por um jerico e que em caso de acidente o pobre animal pode também se ferir e até morrer ?A  nossa segurança está mais uma vez comprometida ! Com a palavra as autoridades competentes.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Erro Primário

A imprensa (escrita,falada e televisiva) no Brasil, quando a pessoa tem dois prenomes só menciona  os prenomes e esquece o sobrenome como se o segundo prenome valesse pelo prenome,  Ex:  Luiz  Antonio de Moura, raramente é mencionado com o sobrenome, o mais comum é ser citado como Luiz Antonio. Ora, o que distingue as pessoas é o seu sobrenome ou nome de família, quem só tem prenome é bicho. Fernando Henrique Cardoso, quando era presidente do Brasil ou era citado como FHC ou Fernando Henrique. Um amigo meu quase não identificou tratar-se do nosso então presidente quando certa vez  ouviu na TV francesa a notícia de que o nosso presidente faria uma visita oficial à França porque foi citado como Senhor (monsieur)Cardoso. Até os Colunistas sociais que,vez por outra mencionam que fulano é de tal ou qual família tradicional,etc., têm incorrido nesse erro, às vezes acho que como eles conhecem aquelas pessoas que saem na fotos de suas colunas supõem então que todos devem conhecer também os sobrenomes. Esquecem que quem escreve para jornal ou revista está fazendo história e que aquela matéria poderá fazer parte de uma pesquisa 20 ,30 ou 60  depois e aí, como então serão identificadas as pessoas mencionadas apenas pelos respectivos prenomes ?

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A LESTE DO NORTE - texto sobre a exposição

Em 2004 iniciei o projeto Veredas urbanas que busca traçar um perfil singular do Brasil das grandes cidades, a partir de suas capitais. Ao longo do caminho realizei alguns recortes do material recolhido que resultaram em exposições como  Centelhas da Urbe que fazia  um contraponto entre imagens do Recife e João Pessoa, Estação Lapa abordando um espaço  importante de circulação no centro de Salvador e Trilhas Norte que apresentou imagens das capitais da região Amazônica.
A mostra A leste do Norte está centrada nas capitais nordestinas e assim como as demais exposições, é composta de imagens fragmentárias e  aleatórios dessas cidades.
O espaço urbano se revela nessa exposição a exemplo das outras, a partir de detalhes e jamais de visões panorâmicas. Em quase todas as fotos se repete uma constante que está presente em todo o projeto: a imagem humana é demarcada pela sua ausência. Ela existe tão somente a partir de seu rastro e é isso que a faz existente. Os objetos não valem por si mesmos, nem servem como indicio da dissolução da imagem humana. Ao contrário: essa ausência é como um silêncio à espera da presença que se foi e que promete retorno. É como se na inexistência da imagem humana, pudéssemos nos desvencilhar da banalização que a mídia faz dela ao tentar dissolve-la, para podermos, assim, reencontrá-la novamente, como num momento epifânico. Não importa se algumas vezes os rastros que captamos revelam a degradação do entorno, já que a expectativa do novo manifestar tem poder de dissolver qualquer resíduo dissonante.
A fotografia contemporânea tende a navegar hoje numa falsa polaridade entre a pura descrição impessoal da realidade, como na Escola de Dusseldolf  e  a manipulação da imagem,  seja enquanto interferência de elementos alheios à ela, seja forjando uma imagem teatral, deliberadamente montada.Acrescente-se a isso , a permanência de uma fotografia documental voltada ao cotidiano onde a degradação da imagem do homem é apresentada como uma fatalidade inexorável e o projeto desse,  um fracasso sem redenção.
  Minha fotografia se recusa a ser documento          descritivo ou imagem manipulada. Em sentido inverso, ela busca ser abertura à manifestação do real que se faz para além do fenômeno, como metáfora e a partir da qual o mundo se constitui diálogo entre o fotografo, a realidade e o espectador. Por isso ela também não se confunde com um simples trabalho conceitual, em que os elementos dados visualmente são apenas um jogo cerebral fechado no âmbito do sujeito, como exercício lúdico.
A mostra atual, com imagens das capitais do Nordeste do Brasil, se apresenta a partir de fluxos luminosos contrastantes que oscilam entre a permanência e a passagem, a abertura e o interdito, o estático e o dinâmico, a advertência e o silêncio. Ela se move entre a surpresa do inesperado e a familiaridade do cotidiano. Uma das duas imagem humana que aparecem na exposição de uma festa em João Pessoa, gira na escuridão fazendo contraponto com outra em que a luz que irrompe num cruzamento de linhas na Estação Lapa de Salvador, projeta a segunda imagem humana para fora da encruzilhada. Na placa branca de um posto de gasolina em João Pessoa, quase esmaecida, a palavra Ar anuncia que ali há um posto onde as rodas de um carro poderão seguir, com maior firmeza, seu rumo.
Gabriel Bechara  Filho

ARTE NO SESC-Cabo Branco











O multimídia artista visual Wilson Figueiredo inaugura, em meio a um coquetel no SESC-Cabo Branco, sua mais nova exposição individual  no dia 07 de dezembro do corrente. A mostra fica em cartaz até o dia 31 e promete ser muito concorrida. São 12 obras em técnica mista(arame e acrílica sobre eucatex).
O catálogo tem texto assinado pelo crítico Eudes Rocha.

FOTOGRAFIA NA PINACOTECA

Dezembro  já começa com  uma expressiva exposição de fotografia A Leste do Norte. O autor é o professor e historiador de artes Gabriel Bechara Fº  que de vez em quando nos presenteia com obras de sua lavra, geralmente explorando  aspectos e cenas urbanas. Em cartaz na Pinacoteca da UFPB (Campus I) de 04 de dezembro de 2012 à 08 de fevereiro de 2013.
Vamos conferir!